segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Vinícius. Com “U”, por favor.

A cada dia que passa, tenho mais certeza de que São Paulo não tem uma identidade própria. Veja bem, leitor: moro sozinho. Acordo cedo, me arrumo para o trabalho e saio. Cumpro serão o dia todo e depois vou à faculdade. Até aí, tudo normal. Normal para um jovem suburbano que luta diariamente para ganhar a vida.
Quando saio dessa rotina, observo muitas coisas diferentes. Dia desses precisei ir a um cartório resolver um problema. Peguei uma fila grande, como sempre. Afinal de contas, estamos em São Paulo, não é mesmo?
Ouvi muitas conversas. A gestão do governo Lula que está ruim, a falta de emprego, a filha da patroa que estava grávida e não sabia quem era o pai, a televisão que disse que ia chover no fim de semana.
Quando chegou minha vez, a moça do balcão me recebeu como só em São Paulo se recebem as pessoas. Não olhou na minha cara e perguntou meu nome.

- Vinícius.
- Venicio de quê? – Olhei o que ela anotou no papel. Ela escreveu assim mesmo: Venicio.
- Não. Vinícius, com “u”, por favor. E acento no “i”. Vinícius Peixoto.

Ela consertou o erro, me olhou com cara de poucos amigos e continuou com o atendimento.
Na verdade, vejo São Paulo como uma Torre de Babel pós-moderna. Um lugar onde todas as “línguas portuguesas” se encontram. É só observar os diálogos que acontecem nos transportes públicos. Os homens, nordestinos, conversam em ritmo de embolada. Usam um dialeto inteligível apenas para eles.

- Ei Zé, bora lá no CTN hoje?
- Posso não, Tonho. O fidumaégua do meu patrão qué que nós entre mais cedo amanhã.

São Paulo é uma cidade de muitos contrastes. Ela é cosmopolita. E ser cosmopolita, no caso de São Paulo, é um conceito implícito, presente dentro de cada um de seus cidadãos. Como dizer que o Zé do queijo, nascido no sertão do Piauí, não é paulistano? Ou o português da padaria? Ou o japonês que vende comida nas ruas da Liberdade?
Imagine você, leitor, que mesmo eu, criado nas entranhas da Avenida Paulista, nascido e crescido nessa gigantesca metrópole, sou filho de nordestino, neto de húngaro e bisneto de espanhol!
Com toda essa diversidade, muitas vezes temos que soletrar nosso nome, por mais simples que seja. E isso só acontece em São Paulo.

3 comentários:

Marco Aurélio disse...

Ah, Vinícius, pelamordedeus! Tava com preguiça? Que diabo de texto óbvio é esse? E esse final, que parece de redação de primeiro grau? Onde já se viu concluir um texto com o tema proposto? Cria vergonha na cara! Você pode fazer muito melhor do que isso, por que se contentar com um texto assim?

Fernando Thadeu disse...

Vinny ???

Zúnica disse...

Não é que o texto tenha ficado realmente ruim, mas deixa bastante à desejar em relação aos anteriores. Na verdade, quando li pela primeira vez, achei que fosse do Fábio (sogripa).

Você não se ateve a um tema, passou superficialmente por vários. Ficou desconexo.

E acabou apelando muito pra clichês, como "São Paulo é cosmopolita" e "cidade de contrastes". Coisa panfletária, cartaz de agência de turismo.

Me pareceu, no fim das contas, que você escreveu esse texto depois de um dia realmente de mau humor e quis desabafar.

O nome Pândega quer traduzir nosso propósito: fazer o que gostamos - escrever - e trocar idéias, sem qualquer pretensão que não seja nos divertir e festejar.